Burnout

O que é, quais os sintomas e como tratar?

O que é?

Nos últimos anos, há por parte da comunidade científica, um aumento do interesse na gestão de stress e burnout, sobretudo após o impacto da pandemia COVID-19 na saúde mental da população.

Em 2014 surge uma campanha da União Europeia em conjunto com o OSHA (Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho), sobre a gestão de stress em locais saudáveis.

Em 2017, o Dia Mundial da Saúde Mental elegeu como tema principal a “Saúde Mental no Local de Trabalho” e em 2019 o Relatório da Eurofound fala do burnout no local de trabalho e ainda, no mesmo ano, a OMS (Organização Mundial de Saúde), reconhece o burnout como fenómeno ocupacional.

Entre 2020 e 2022, surge o impacto do COVID-19 na saúde mental, tanto do cidadão comum, como no trabalhador.

O conceito de stress no contexto ocupacional pode ser definido pelo risco psicossocial no local de trabalho, devido ao peso e importância que o trabalho tem na vida da população em geral.

O sentido de realização profissional e o salário podem ser considerados fatores motivacionais, mas também poderão ser fatores preditores de sofrimento, stress, depressão, burnout e, no limite, suicídio.

Tendo em conta que há uma sobrecarga em algumas profissões, poderá também haver maior risco de surgimento de comportamentos e/ou sintomatologia congruente com este conceito.

Em contexto profissional podemos associar stress à sobrecarga de tarefas, sofrimento, aflição, cansaço, desequilíbrio ou instabilidade.

No contexto de trabalho em equipa, quando não há coordenação ou sincronização, poderá surgir o desequilíbrio entre exigências e recursos existentes.

Quais os sintomas?

A comunidade científica classifica o conceito de stress como algo específico, a que se atribui significado importante, que sente não consegue escapar e não tem capacidade para lidar de forma contínua.

Segundo o relatório mundial de saúde em 2001, o stress somatizado desencadeia respostas fisiológicas, nomeadamente no funcionamento endócrino e imunitário, que pode desencadear doenças físicas.

Em 2019, a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou o stress como “epidemia de saúde do século XXI”.

A exposição do indivíduo a stress de forma intensiva, pode ser percecionado como ameaça à sobrevivência ou à normalidade do sujeito.

Como tratar?

Como abordar o stress:
1. Identificar as situações, fatores ou causas, ou seja, a fonte de stress.
2. Quais as respostas provocadas no indivíduo, sejam biológicas, psicológicas ou sociais. A componente biológica pode condicionar os comportamentos e interações do sujeito.
3. Como o indivíduo perceciona as exigências e lhes faz face.

Os fatores de vulnerabilidade podem ser biológicos (reação intensa ao estímulo e dificuldade do corpo em voltar ao estado normal (nível basal ), sociais (fracas redes de apoio social ou dificuldade de aceder) ou traços de personalidade (neurotismo, ansiedade, locus de controlo externo, baixa auto-estima, hostilidade e pessimismo).

Em termos de fatores de proteção evidencia-se o apoio social, a inteligência emocional, a capacidade de partilha e adaptação, a maturidade, proatividade e as estratégias de coping (planeamento, gestão de tempo, resolução de problemas, etc.).

O burnout caracteriza-se por uma resposta desadequada para gerir o stress contínuo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) define-o como “síndrome de stress crónico no trabalho que não foi gerido com êxito” e que se caracteriza por “um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida”.

Seria então importante promover a saúde mental, de forma a reduzir sintomatologia e comportamentos concomitantes como o stress, o burnout, e potenciais problemas psicológicos e/ou emocionais, de forma a aumentar o compromisso, a motivação, o bem-estar psicológico e, consequentemente, a produtividade e o sucesso no contexto organizacional.

Redigido por Dra. Cecília Fernandes Psicóloga Clínica @Khushi Minds